Estou cansada de fingir que está tudo bem, quando dentro de mim algo esmorece lenta e dolorosamene. A vida tem imensos paradoxos e antíteses e eu sempre optei por aquelas que são as mais indicadas para mim. A alegria, vitoriosa contra a tristeza, o amor, vitorioso contra o ódio... Porém, hoje, parei de fingir ser alguém que não era e revoltei-me, soltei o "eu" que nunca deixara sair do armário. E garanto que o faria novamente, apenas para sentir aquela sensação maravilhosa e indescritível de liberdade. Posso ter magoado alguém, mas esse alguém também me magoou a mim diversas vezes. E o que mais me tocou hoje, e talvez o que me feriu mais, foi a cobardia que essa pessoa demonstrou. Eu merecia mais. Posso ter errado e não ter tomado as decisões certas, mas ela devia-me isso. Devia-me a frontalidade, mesmo que fosse para dizer que me odeia. Mas não foi isso que fez. Não! Preferiu, e passo a citar, "desabafar" com as nossas amigas comuns, como tantas vezes o fizera no passado. Se isso é alguma tentativa falhada de me afastar daqueles que realmente gostam de mim pelo que sou, então vou combater essa medida que ela tomou. O Mundo não gira à tua volta, amor, e se me acusares de falta de frontalidade, dir-to-ei na cara, mostrando-te que sou bem mais madura e respeitável do que tu. Desapontaste-me e confesso ter-me sentido culpada por ter deixado de te ser tão próxima. Mas, hoje, admito que foi a decisão correcta, um passo adequado. Tu fizeste-me sentir culpada, com as tuas acusações de que eu te ignorava e com a pressão que as pessoas com quem tu "desabafaste" exerceram sobre mim. Hoje, finalmente percebi que o erro não foi meu, que o 'finale' da nossa amizade não foi minha culpa total. Porque tu também erraste, em todos os momentos em que me trocaste por futilidades e coisas superficiais, em todos os momentos em que me deixaste sozinha quando eu mais precisava. Por isso, desejo-te toda a felicidade do Mundo, porque eu vou finalmente começar a construír a minha.